quarta-feira, 28 de abril de 2021

ORAÇÃO AO PRECISOSO SANGUE.

 

      Sejam louvados, Jesus e Maria.



Na primeira sexta-feira do mês de julho de 1934, irmã Amália de Jesus Flagelado, diante do Santíssimo Sacramento exposto, fez a seguinte súplica ao "Precioso Sangue" de seu Amado.





Nessa oração ela pediu que o sangue de Cristo purificasse todos seus sentidos. 




                          Súplica ao Precioso Sangue.

"Óh! Sangue Divino, minha alma em delírio vos suplica a cubrais com a realeza dessa divina púrpura e, assim, divinamente coberta, ela possa vos suplicar:

Sangue Divino de meu Jesus, derramado pela força de vossa Paixão por mim, atrai o meu coração, arrastai-o junto ao vosso. Sangue Divino de meu Jesus, operador de castas delícias, invadi todo meu ser.

Sangue Divino de meu Jesus, bebida de vossos santos, purificai o meu paladar para que ele só goste de vós, bebida única capaz de satisfazer.

Sangue Divino de meu Jesus, que destes vida aos olhos de meu Amado, purificai os meus para que eu não olhe senão a vós, formosura que arrebata os que vos sabem contemplar.

Sangue Divino de meu Jesus, que sustentastes a língua divina e humana de meu Amado, purificai a minha para que eu, pela força de vossa doçura só profira palavras de caridade, doçura e amor.

Sangue Divino de meu Jesus, que destes vida aos ouvidos de meu Amado, purificai os meus ouvidos, para que eles não ouçam senão as vossas divinas palavras e assim eu possa receber os seus inebriamentos, fazendo-me ouvir as harmonias celestiais.

Sangue Divino de meu Jesus, força da humanidade S.S. de meu Amado, purificai todo meu ser, dando-lhe a vida do amor, para que assim fortalecida, possa, em uma louca paixão, dar a meu Jesus atos de infinito valor, porque sendo vós, óh! Sangue Divino, o sangue de minhas veias, serei outro Cristo.”



Obs: Essa oração foi datilografada e compartilhada entre as pessoas mais amigas da missionária irmã Amália de Jesus Flagelado - Amália Aguirre.



sexta-feira, 9 de abril de 2021

IRMÃ AMÁLIA, SANTA FAUSTINA & A MISERICÓRDIA DIVINA

 








No dia 15 de fevereiro de 1931, irmã Amália fez companhia para Jesus no Sacrário.  Ele ensinou-a como orar, para que, através de Nossa Senhora das Lágrimas, o sangue de Jesus fosse oferecido para o perdão dos pecados. Disse, também, que quando irmã Amália tivesse partido desta vida terrena, ficaria no Céu trabalhando para a salvação das almas. Então... oremos pedindo ajuda dela.

(...)

Eu te convido nestes dias a retirar-te comigo à solidão da prisão, onde nós dois sozinhos, vamos fazer uma grandiosa obra: Ofertar ao Pai, por esses infelizes filhos que muito amo, o quanto Eu sofri na prisão, e na flagelação. Não vejas nestes dias outra coisa a não ser teu Jesus e Jesus Flagelado, coroado de espinhos, a derramar sangue e tua alma genuflexa a ofertar-me o quanto Eu sofri, para que Eu possa entregar á minha Mãe, dizendo-lhe: Mãe do Belo Amor, entrega a meu Pai o meu sangue, os meus sofrimentos pelos infelizes pecadores. Este vae ser o nosso trabalho: tu a me ofertares meu sangue e Eu vou entrega-lo à minha Mãe, para que Ela o possa depositar diante o Pai, afim de receber o perdão para os culpados

(...)

Si Eu te peço reparação, não é porque Eu tenha necessidade de consolação, mas é porque os pecadores precisam ser indenizados; tudo é em favor dos pobres pecadores... Eu sou a própria felicidade, Eu não preciso das criaturas para ser feliz... se te digo que me consoles é em favor dos pobres pecadores, porque meu Coração deseja dar-lhes em abundancia. Sofro nos meus membros, que são os corações que Eu escolho para continuar a minha paixão, enquanto houver um pecador a salvar. Eu não posso mais sofrer, mas sofrem os meus escolhidos. Quanto mais pecados os homens cometerem, mais as almas queridas na minha Igreja militante têm de sofrer, para com seus sofrimentos indenizarem, ante o Pai, seus crimes, porque o pecador merece ser odiado por Deus; porém, quando a Igreja se levanta e pede Misericórdia, o pecador não é castigado, merece então o perdão, fica sua causa adiada e neste intervalo o pecador terá a ventura de se converter. Eis porque a reparação é tão salutar! O pecador por si só jamais se converteria, porém, com a petição de tantas almas, que na minha querida Igreja tenho para impetrar “Misericórdia”, ele merece o perdão.

Vede como minha “Misericórdia é infinita” em favor dos que me ofendem. Eu podia salvar os homens sem a vossa cooperação, porém, a minha Misericórdia quis vos
escolher, para que vós possais ter no Céu um grão de glória maior, trabalhando para a salvação de vossos irmãos. Fiz o homem cooperador nesta grande obra da salvação das almas; sim, foi infinita a minha caridade para que no Céu possais mais brilhar.


  

No dia 17 de fevereiro de 1931, Amália escreveu uma conversa entre Nossa Senhora e um seminarista, visualizada no Reino da Misericórdia.

(...)

Meu querido filho, não queres ser um grande convertedor de corações? Não queres possuir este grande dom da persuasão? De certo que desejas; então vou te contar onde encontrarás este dom preciosíssimo: Sê devoto, meu Filho, das Chagas de Jesus e de sua dolorosíssima Paixão, que é o grande segredo pelo qual levarás as almas a Jesus; faze a tua morada nas Chagas benditas de meu querido Filho, ah! então serás grande convertedor de corações.

(...)

                                

    Precisamos entender que há vários anos Jesus visitava religiosas para que mostrassem ao mundo, o poder da Misericórdia Divina. Elas eram agraciadas com experiências místicas, como aconteceu com a italiana, irmã Benigna Consolata (1885-1916) chegou a ser chamada pelo próprio Jesus de “Secretária da Minha Misericórdia”. A espanhola, irmã Maria Josefa Menendez (1890-1923) ouvira de Jesus: “Quero me servir de ti como instrumento de minha Misericórdia.” Em 1930 a espanhola madre Esperança (1895-1983) fundou em Madrid, as “Servas do Amor Misericordioso”. [1] Dentre elas, a jovem Faustina Kowalska, foi agraciada com locuções interiores e visões místicas.

No dia 12 de fevereiro de 1931, o papa Pio XI, na primeira radio-mensagem de um sumo pontífice aos povos de todos os países, expressou sua solidariedade com os perseguidos pelos inimigos de Deus e da sociedade humana, referindo-se aos regimes totalitários marxistas. Dez dias depois, irmã Faustina Kowalska, teve uma visão de Jesus: “Vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para abençoar, e a outra tocava-Lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido.”  Logo depois, Jesus me disse:

Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que essa Imagem seja venerada primeiramente na vossa capela e depois no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar essa Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na terra, a vitória sobre os inimigos, e especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória.[2]          


Ao fazer essa revelação, Jesus definiu para irmã Faustina uma missão... a de viver e sofrer pelos outros. Ele alertou: “Dize à humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz.”[3] Inclusive, disse que muitos pecadores têm medo de se aproximar deste “trono da graça” para serem curados de seu ódio, indiferença e toda maldade!

Incrível como naquele ano de 1931, nas mesmas épocas, irmã Faustina  Kowalska e irmã Amália Aguirre, recebiam mensagens de Jesus a respeito da Misericórdia Divina. E as duas se dispuseram a sofrer para que a Misericórdia de Jesus acontecesse no mundo inteiro.


Depois de fevereiro continuaram as mensagens.  Em março do mesmo ano, irmã Amália de Jesus Flagelado estava em oração diante do Santíssimo Sacramento, pedindo perdão pelos pecados:  

(...)

Dizei-me, óh! Jesus Misericordioso, o que devo fazer para realizar este Vosso desejo de aliar minha tão pequenina vontade á vossa Infinita Misericórdia? Falai, Senhor, porque tenho sede da vossa Palavra divina.”

 

Jesus falou para ela sobre as três condições para recebermos a Misericórdia Divina. Ele explicou os prodígios da Misericórdia e, mostrou a mansidão da compaixão de Deus Pai, para com o ser humano.

 

 “Alma que me escutas, ouve com atenção a minha pala­vra de Misericórdia.

A Justiça divina tinha de exterminar o homem da face da terra e precipitá-lo no lugar por ele mesmo criado; porque foi o pecado o autor do desespero e do suplício eterno. O homem foi criado por mim, não para o inferno; mas, sim, para a Pátria Celeste, para gozar da minha própria felicidade. Esta criatura, porém, criada por amor, deu ouvidos ao mal e no seu coração entrou a iniquidade!

Agora, alma que me escutas, reflete bem no que te vou dizer. A minha “Infinita Misericórdia” vendo este amor espezinhado e injuriado pelo mal no coração do homem, criado por amor, o que fez?

Óh! prodígio!! Óh! maravilha!! Desceu á Terra para conciliar a justiça com a Misericórdia; e esta infinita Mise­ricórdia cobre-se  com um corpo igual ao do homem, ‘exceto pelo pecado’.

E no seio de uma Virgem puríssima, o amor deu-me um corpo no qual ia sofrer as consequências do pecado; coberto com a capa dos pecadores ia sofrer os rigores da Divina Justiça ofendida!

Vê que não é pela Justiça que foste resgatada; mas, sim, pela  divina e Infinita Misericórdia. Agora que te fiz conhecer que não foi a justiça; mas sim, a Misericórdia que te salvou; o que deves fazer para cooperar e aliar-te a ela?

A primeira condição, para cooperar com a minha Misericórdia é vir a mim, sem medo e sem temor. Se Eu sou tão pródigo que desci á Terra, tomando sobre mim todas as vossas iniquidades, porque motivo vir a mim com temor?

A segunda condição para comigo cooperar é reco­nhecer-me como Pai de infinita caridade, pronto a tudo perdoar, sempre que o coração se disponha á emenda. Tenho sede de fazer o bem, e corações há que neles querem aniquilar-me! Se criei o homem do nada, não posso de um grande pecador fazer um grande santo?

Sim, a minha infinita Misericórdia tudo pode. Vede tantos astros luminosos na minha Igreja, que de grandes pecadores tornaram-se grandes santos. E por que Eu vos pergunto? Porque cooperaram comigo na minha infinita caridade!

Existe um erro gravíssimo em muitos filhos meus. Dizem estes: Eu não posso ser grande santo, nem aspirar a tal, porque na vida passada cometi muitos pecados; os que devem ser santos, desde meninos já o são. Óh! cegueira do homem que assim fala! O que assim fala, quer aniquilar-me e limitar minha infinita caridade! Ah! em verdade vos declaro, não  pecador que não possa ser um grande santo!

Os pecados passados, para uma alma arrependida, não são obstáculo para ser santa; mas sim, fontes de humildade e fontes de reconhecimento, lembrando-lhe que Eu usei para com ela de Misericórdia, descendo até ela, lavando-a com o meu Sangue Divino e purificando-a com o meu amor.

Ninguém diga que não pôde ser um grande santo, por­que cometeu muitas faltas, na vida passada foi impuro e manchou sua honra com os pecados os mais vergo­nhosos! Ah! não, a nenhum mortal é permitido assim falar; uma só cousa é necessária, para se santificar, é boa von­tade, sem a qual o homem não pôde se salvar; porém, o homem que tem boa vontade não deve temer, nem duvidar de sua salvação e também de sua santificação. Eu desci para os homens de boa vontade, e quais são eles? Os que ouvem a minha palavra e a põem em prática, os que pra­ticam a minha lei e os meus conselhos. Uns se contentam de observar a lei, porém outros aspiram mais alto e praticam esta lei com perfeição nas pequeninas cousas. Estes serão chamados, na casa de meu Pai, de servos fiéis, que souberam aproveitar das pequeninas cousas para vir a mim. Nesta segunda condição ficou dito, que, para coope­rar com a minha Infinita Misericórdia, é necessário reco­nhecer-me como Pai misericordioso, pronto a perdoar é fazer de um grande pecador um herói de virtude.

A terceira condição para aliar-se á minha Misericór­dia é usar de Misericórdia, primeiramente consigo, depois com o seu próximo. Como uma alma pôde usar de Miseri­córdia para consigo, se ela é tão desprovida desta Mise­ricórdia e se no seu coração só existe a inclinação para o mal? Onde buscar esta Misericórdia? Ah! Eu vos digo, no Coração de Maria; Ela vos mostrará o meu amável Coração e vos dirá: Vinde e vamos á fonte inesgotável, vamos sem demora a Jesus. Por que temer? O Coração de meu Filho está aberto para vos receber e, não com pesar, mas, sim, com alegria. Jesus não recebe seus filhos com pesar, mas com grande regozijo! Por que temer, alma querida, vede, a Misericórdia de Jesus vos abraça e indeniza vossa causa! Por esta falta Jesus já sofreu, só vos resta agora apresen­tar-vos a Ele com humildade e confiança, e, quanto maior for a vossa confiança mais bela será a vossa purificação. Sim, almas que me escutas é Maria que vos mostrará melhor o quanto Eu sou misericordioso e como deveis usar primeiramente de Misericórdia com vossa alma, para depois usá-la com os outros.

Como usareis de Misericórdia com o próximo senão para aliar-vos á minha Misericórdia? A medida daquela, será a medida da vossa união comigo, será por esta me­dida que vós recebereis a minha Misericórdia.

(...)

Misericórdia e sempre Misericórdia, quer dizer, perdoar e perdoar sempre, consolar e consolar sempre aos aflitos, morrer, se preciso for, para salvar uma só alma; esta é a caridade, a Misericórdia que vim trazer ao mundo. Salvar almas, ó nobreza! Esta é verdadeira caridade! Pouco valeria ou aproveitaria a um homem que fosse imensamente caridoso, se não trabalhasse, na essência da mesma cari­dade, que consiste em  salvar almas;  e para salva-las e cativa-las, a alma, que Me ama, serve-se de todos os meios ao seu alcance.

Sim, almas venturosas, ao mundo dei a conhecer a minha infinita Misericórdia. Que bela, que formosa é esta Misericórdia, sem a qual o homem tornar-se-ia insuportável a si próprio; porque o homem, que não possui o conhecimento da minha Misericórdia, vive em contínuo martírio; pois, ele mesmo é seu algoz!

Óh! almas que me ouvis, mergulhai-vos nesta Infinita Misericórdia, não olheis para vossos pecados; mas, sim, pela minha Misericórdia, que tanto deseja ver-vos reconhecidos aos seus efeitos benéficos. Óh! todos, que no passado fostes infiéis, não temais, podeis ser santos e grandes santos se compreenderdes na minha Infinita Misericórdia.

Não vos deixeis levar pelos artifícios do inimigo que vos diz: Tu não podes aspirar a grandes coisas, porque és um grande pecador ou o foste no passado! Ah! não ofendais minha Misericórdia, dando ouvidos a tal tentação! Todos vós pecadores e não pecadores, podeis ser grandes, porque grande é minha Misericórdia, que deseja ver-vos a todos felizes, e, ao meu lado para cantar o hino belíssimo da Divina Misericórdia!

Tende boa vontade e atirai-vos nos braços amorosos de Maria, que Ella é Mãe, e como tal vos conduz ao meu Cora­ção infinitamente Misericordioso, onde Ela vos fechará [guardará] para sempre. Sede todos de Maria que Ela é vosso tesouro.

Jesus, Pai de Misericórdia, do Tabernáculo Santo.”

 

Na mesma época, Jesus disse à irmã Faustina, na Polônia, mensagens a respeito da Divina Misericórdia onde convidou o mundo inteiro a conhecer essa Sua forma de Amor. Ele também se queixou:  “a falta de confiança das almas dilacera-Me as entranhas. Dói-Me ainda mais a desconfiança da alma escolhida. Apesar do Meu amor inesgotável – não acreditam em mim, mesmo a minha morte não lhes é suficiente.”[4] Igual a mensagem à Amália, onde disse que é preciso ter confiança no Seu coração infinitamente Misericordioso.  


 



[1] In site: Misericórdia; acesso em 05 de outubro de 2020.

[2] KOWALSKA, Santa Faustina. Diário A Misericórdia Divina na minha alma, p.38.

[3] Idem, p.278.

[4] KOWALSKA, Santa Faustina. Diário A Misericórdia Divina na minha alma, p.39.

A LEGALIDADE

  Muitas vezes, durante ou depois das minhas palestras, as pessoas me perguntam a respeito da aprovação da devoção a Nossa Senhora das Lágri...